Manifesto
- Kelen Pessuto
- 20 de abr.
- 2 min de leitura
Manifesto do Caderno de Campo Criativo “Experimentações”

1. O Caderno como Território Vivo
Este caderno não é um simples suporte de escrita. Ele é um organismo vivo, pulsante, em constante transformação. Ele respira com cada página preenchida, expande-se com cada imagem colada, cada linha desenhada, cada palavra sussurrada. Aqui, a experiência sensível se inscreve no papel, tornando-se memória, vestígio e expressão.
2. Entre Arte e Antropologia
O caderno criativo não conhece fronteiras rígidas. Ele transita entre a arte e a antropologia, entre a narrativa e a experiência, entre o rigor acadêmico e a liberdade da criação. Ele se abre para múltiplas linguagens: escrita, colagem, pintura, fotografia, vestígios de vida. Aqui, teoria e sensibilidade coexistem sem hierarquia.
3. Escrita que é Corpo, Som e Imagem
A escrita não é apenas palavra, mas gesto. Ela se desenha, se dobra, se rasga e se sobrepõe. A palavra escrita aqui não busca apenas descrever; ela deseja evocar, provocar, tocar. Ela se faz ritmo, textura, silêncio e explosão.
4. Um Espaço de Reflexão e Encontro
O caderno é uma morada para pensamentos inacabados, perguntas sem resposta, intuições ainda por formular. Ele é um território de encontro – com o outro, com o mundo, com a própria interioridade. Aqui, não há necessidade de conclusões apressadas, apenas a liberdade de habitar o processo.
5. A Materialidade da Experiência
Cada marca no caderno é um rastro da experiência. Cada dobra, uma memória. Cada mancha, uma história. O que se registra aqui não é apenas informação, mas sensação. A etnografia não se faz apenas com palavras, mas com a matéria do vivido: a poeira de um caminho, a tonalidade de uma luz, o cheiro de um instante.
6. Narrar é Performar
Este caderno entende a escrita como um ato performático. A página é um palco onde se encenam fragmentos da realidade, onde o corpo do pesquisador se imprime na narrativa. Escrever é também habitar o espaço, movimentar-se no tempo, dar voz ao indizível.
7. Um Dispositivo de Criação Coletiva
Este caderno não pertence a uma única voz. Ele é um espaço aberto ao diálogo, à coautoria, ao encontro de diferentes perspectivas. Ele convida à troca, à interferência, à sobreposição de olhares. Cada página é um convite para a construção coletiva do conhecimento.
8. Abertura ao Acaso e ao Inesperado
Não há roteiro fechado neste caderno. Ele se permite o erro, o improviso, o acaso. Ele acolhe o imprevisto como parte do processo criativo. Aqui, o inesperado não é desvio, mas caminho.
9. Um Arquivo Vivo de Sensibilidades
Este caderno não é um objeto estático. Ele é um arquivo vivo, um laboratório de experimentações, um repositório de gestos, pensamentos e imagens. Ele não apenas registra o mundo, mas o transforma, reencena e reinventa.
10. Rumo ao Infinito
O caderno criativo de narrativas nunca se encerra. Ele é um convite para seguir experimentando, sentindo, escrevendo, desenhando, colando, rasgando, narrando. Ele é um espaço infinito de possibilidades, uma provocação constante para pensar, sentir e criar de novas maneiras.
Este caderno é um compromisso com a escuta, com a presença e com a imaginação. Ele é, antes de tudo, um espaço de liberdade criativa.
Que cada página seja um portal. Que cada traço seja um voo.
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